Resenha: Peça-me o que quiser (Megan Maxwell)

Livro: Peça-me o que Quiser

(Pídeme lo Que Quieras - Livro 01)

Autor(a): Megan Maxwell

Editora: Suma de Letras

Páginas:  398

Ano: 2013

Sinopse: Um romance sobre desejo, paixão e erotismo sem limites. Lançado na Espanha em novembro de 2012, a trilogia é um sucesso de vendas no país, aparecendo em todas as listas de mais vendidos. Com tempero latino e uma abordagem excitante, a autora conta a história da secretária espanhola Judith Flores e seu chefe, o alemão Eric Zimmerman, também conhecido como Iceman: um homem muito sério e com os olhos azuis mais intensos e sexies que ela já viu. Recém-chegado ao comando da empresa Müller, antes dirigida por seu pai, Eric tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Judith e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situação arriscada, a ideia de estar ao lado de Iceman é irresistível. Com ele, a jovem viverá experiências sexuais até então inimagináveis, em um universo de fantasias eróticas pouco convencionais. Conciliando sexo e romantismo na medida exata, Peça-me o que quiser é uma história de amor cheia de encontros e desencontros, na qual os jogos eróticos, o voyeurismo e o desejo de ultrapassar todos os limites do prazer são os grandes protagonistas.

“- Pequena, nunca farei nada que você não aprove antes. Mas quero que saiba que seu jogo é meu jogo. Seu prazer é meu prazer, e você e eu somos os únicos donos de nossos corpos.”

Peça-me o que quiser é o primeiro livro de uma trilogia erótica que aborda um tema bem diferente entre os livros desse gênero que estamos acostumados a ver por ai, pelo menos é o primeiro que eu conheço que aborde esse tema, que é o voyeurismo e alguns jogos eróticos bem mais picantes. Fui pega um pouco de surpresa com as cenas mais “carregadas”, porque eu me esforcei bastante pra ler somente o essencial sobre o livro antes de iniciar a leitura, justamente pra eu descobrir que jogos eróticos seriam esses e como o tema voyeurismo seria abordado sem que nenhuma opinião negativa interferisse de alguma forma na hora da minha leitura.

Se você não curte eróticos ou nunca leu nenhum, eu não vou mentir, acho que esse não é um livro pra você se introduzir nesse gênero literário. Porque são cenas bem mais pesadas, digo isso porque leio muito o gênero e senti a diferença. E pra você que gosta, procure abrir a mente antes de iniciar a leitura! A dica de abrir a mente, digo exatamente por experiência própria, porque particularmente não me senti atraída pelos gostos sexuais vividos pelo casal. Não consegui ter aquela identificação, o “me por no lugar” que faz a leitura ser mais intensa, mas soube entender e respeitar esses gostos, que é algo muito comum hoje em dia, e acompanhei a história até o final, ao invés de sair criticando por ai sem ao menos ter terminado o livro.

“Todo mundo tem o seu lado voyeur. Ver algo supostamente proibido, bizarro ou excitante nos atrai, nos estimula e nos faz querer mais.” – Página 33.

A história é narrada em primeira pessoa por Judith Flores, uma espanhola de 25 anos com uma personalidade forte. Ela é divertida, um pouco explosiva e vive uma vida bem comum de uma jovem numa cidade grande. Ela é secretária na empresa Müller, na filial em Madri, onde Eric Zimmerman, um prestigiado empresário alemão está fazendo uma visita.  Ele é o dono da empresa desde a morte de seu pai, e é lá onde o casal se conhece e sentem uma forte atração imediata. Ele se viu encantado com a personalidade divertida de Jud, e ela, atraída pelo homem sexy e misterioso que ele é.

Aos poucos eles vão se envolvendo e Eric, o chefão da empresa conhecido como Iceman, começa a apresentar a Judith um novo mundo cheio de prazeres. Um mundo completamente desconhecido pra ela, que se vê confusa ao entrar em tal situação, mas que se deixa viver novas experiências ao lado desse homem por quem ela está completamente atraída, e juntos entram em um universo cheio de fantasias eróticas nada convencionais, onde ela passa a conhecer um lado completamente diferente de si mesma, e daquele homem sério e cheio de segredos que é Eric.

“Cravo meus olhos nele. Sua cara séria e arrogante me enfeitiça. Me deixa louca. É tão sexy e avassalador que não consigo recusar qualquer coisa que ele exija de mim. Nunca havia me sentido assim antes e acho que não posso fazer nada para evitar isso.” – Página 96.

O livro tem todos os elementos que eu gosto em um livro erótico, mas infelizmente não entrou pra minha lista de favoritos. Eu não o achei completamente sem história como vi algumas pessoas falando por ai. Acho que pra uma introdução, um primeiro livro, ele até que contou bastante sobre a vida de cada personagem, nos ajudando a ter uma compreensão melhor das atitudes que eles vinham a ter ao longo da história e justificando um pouco de suas personalidades. E no quesito erótico, não tenho do que reclamar! É muito sensual, é bem sexual (pra quem gosta de ler esse gênero, isso não incomoda), e ainda teve o romantismo inserido de uma forma dosada, sem ser algo exagerado pra duas pessoas que acabaram de se conhecer.  Acho que o fato do casal viver diversas situações diferentes juntos, muitas experiências, e de ter mostrado eles em constante conflito e se conhecendo mais a fundo, com o tempo passando, fez com que não desse a impressão de um casal forçado. E quesito química: Adorei! Saem faíscas desses dois, e talvez tenha sido isso que tenha me prendido ao livro, o casal explosivo.

Outra coisa que não posso negar é que a autora conseguiu fazer um protagonista que fisicamente me fez desejar, e isso em um livro desse gênero, pelo menos pra mim, é mais do que essencial! Confesso que de vez em quando até um pouco da personalidade dele, do modo de agir meio grosso e mandão e em seguida demonstrar um romantismo, me conquistaram. Então minha justificativa para o livro não ter entrado pra lista dos que eu fiquei completamente louca, é porque os gostos sexuais abordados nele não me atraíram, e eu me senti muito distante da história, sem uma identificação. E também um pouco por causa da protagonista, que ao longo da narrativa do livro, de vez em quando, agia de uma forma que eu não passei mais a ver como “uma típica espanhola de sangue quente”, mas sim como uma pessoa com atitudes exageradas e às vezes até um pouco infantis.

“É isso que eu quero... Participar do seu jogo e fazer tudo o que você quiser, porque seu prazer é meu prazer e eu quero experimentar tudo com você.

- Jud... – diz, ofegando.

- Tudo... Eric... Tudo.” – Página 170.

O fim do livro te instiga a continuar a história, porque é quando a protagonista dá uma reviravolta e mostra bastante da sua personalidade, e você fica: “e agora?”. É aquele final incompleto, que você precisa ir para o próximo livro pra saber o que vai ser do casal e que aventuras ainda os esperam. Por isso eu vou continuar, porque o fato dele não ter entrado pros meus favoritos e de não ter me causado aquela super empolgação, não quer dizer que eu não tenha gostado. Eu até indico pra quem curte o gênero, acho que só é preciso se adaptar a atmosfera do livro e ir se acostumando com o tema durante a leitura, porque de início pode causar certo estranhamento.