Resenha: Amante Desperto (J. R. Ward)


Livro: Amante Desperto
(Irmandade da Adaga Negra, Livro 3)
Autora: J. R. Ward
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 464
Ano: 2010
Sinopse: Nas sombras da noite em Caldwell, Nova York, desenrola-se uma sórdida e cruel guerra entre vampiros e seus carrascos. Há uma irmandade secreta, sem igual, formada por seis vampiros defensores de sua raça. Dentre eles, Zsadist é o membro mais assustador da Irmandade da Adaga Negra.
Tendo sido por muito tempo um escravo de sangue, Zsadist ainda carrega as cicatrizes de um passado repleto de sofrimento e humilhação. Conhecido por uma fúria que não acaba e por atos sinistros, ele é um selvagem, temido igualmente por humanos e vampiros. A raiva é sua única companheira e o terror, sua única paixão... Até que resgata uma bela vampira das garras da maligna Sociedade Redutora. Bella sente-se imediatamente enfeitiçada pela ardente força que emana de Zsadist. Entretanto, mesmo quando o desejo de ambos começa a consumi-los, a sede de vingança de Zsadist contra os torturadores de Bella o leva à beira da loucura. Agora, Bella deve ajudar seu amante a superar as feridas de seu atormentado passado e vislumbrar um futuro ao lado dela...

Zsadist, um dos integrantes da Irmandade da Adaga Negra,  e considerado o ‘ovelha-negra’ foi escravo de sangue durante muitos séculos, ainda tem na pele todas as cicatrizes e na memória todas as humilhações que passou nesse período. Com isso passou a ser um vampiro com uma raiva insaciável, rancoroso, um selvagem bem sinistro. Isso fez com que ele fosse temido por todos, e até mesmo pelos membros da irmandade. Ele realmente era assustador! 
Para aliviar sua memória de todos os seus atos que sempre causam terror, ele contava somente com seu irmão Pury, que mesmo a contragosto sempre açoitava Zsadist quando este o pedia. O Pury morria um pouquinho a cada açoitamento, mas sabia que, se fosse pra fazer uma monstruosidade dessas, nada melhor que ele, pois era seu irmão.

Mas depois de conhecer Bella na quadra de treinamento da irmandade, coisa que aconteceu ainda no segundo livro, começa a se perceber pequenas mudanças. A primeira delas foi quando Bella entrou em seu quarto e conseguiu tocá-lo e falar com todas as letras que o desejava. Isso foi simplesmente assombroso, pois Zsadist se achava super impuro e que com certeza não era homem merecedor daquela ‘bela’ mulher, como de nenhuma outra. Mesmo depois de tanta resistência, Zsadist ficou uma fúria, com ódio mortal quando soube que Bela havia sido sequestrada e não descansou até encontrar uma maneira de resgatá-la. E esse sequestro só serviu para afastar ainda mais aqueles que já o temiam.

O sequestrador era o líder dos Lessers, que a raptou por achá-la incrivelmente parecida com sua querida e falecida Jeniffer. Isso só fez que aumentasse a fúria de Zsadist, que mesmo depois de tê-la libertado do cativeiro, continuou com ódio, restando em seu sangue apenas o desejo de vingança. 

Bela, sua Nalla (amada), mesmo com todo o sofrimento que passou com o líder dos lessers, tenta a todo custo amolecer aquele coração sombrio e também fazê-lo se esquecer de sua vingança, pois ela mesma já havia esquecido. Mas isso não foi em uma tarefa fácil pelo fato do passado assombroso que Zsadist possui.

Uma das partes mais emocionantes do livro foi o período fértil de Bela. Foi simplesmente devastador. Teve toda uma tensão pelo fato do poder que ela tinha emanado em todos os machos da irmandade, coisa que atinge todos os machos, mesmo os comprometidos. Sempre que uma fêmea entra em seu período fértil, deixa todos os machos que a rodeiam doidos, necessitados! E como todos na casa já tinham suas Shellans e outros não estavam disponíveis, ficou a cargo de Zsadist satisfazer as necessidades da sua amada. Um momento realmente de tirar o fôlego.

Uma cena que me fez ficar com o coração apertado foi quando ele entrou no banheiro e tentou lavar a todo custo as tatuagens que ele tinha ao redor do pulso e do pescoço, que demonstrava que ele foi escravo de sangue. Quase que arrancou sua pele, tentando fazer que fosse menos impuro para sua amada Bela, para que ela pudesse se alimentar dele e não contraísse suas impurezas. Cena realmente forte, que faz uma chorona por natureza, como é no meu caso, derramar rios de lágrimas! Um trecho que descreve bem o que se passa em um desses momentos é:
Bella caminhou para ele nua, nada sobre a pele exceto a luz da única vela.
- Beije-me - sussurrou na penumbra - Apenas me beije.
- Meu Deus... O que há de errado com você? Quero dizer, por quê? De todos os machos que poderia ter, por que eu?
- É você que desejo - pôs a mão no peito dele. - É uma resposta natural e normal ao sexo oposto, não?
- Não sou normal.
- Eu sei. Mas não é sujo, nem poluído, nem indigno.
Mas depois de todo o carinho e afeto que Bela sempre fazia questão de demonstrar por ele, Zsadist foi começando a perceber o quanto importante ele podia ser na vida de alguém. E foram por todos esses pequenos gestos de sua amada que houve uma mudança radical em seu comportamento, o que foi considerado louvável por todos. 

Realmente tiveram muitas cenas que te fazem fechar o livro por um momento e soltar aquele suspiro, cenas que te fazem refletir, que te faz amar se é que é possível mais ainda esse irmão. Então eis aqui dois trechos que me deixou emocionada, que se fizeram impossíveis de esquecer:
“Sua mão tremia quando a estendeu para ela.
— Não está muito bom.
Bella segurou o papel. As letras maiúsculas tortas e infantis formavam três palavras:
EU AMO VOCÊ.” 
“Quando me encontrou, estava morto, embora respirasse. Estava cego, embora pudesse ver. E então você chegou... e eu fui despertado."
Esse livro entrou para a minha lista de favoritos, perfeito, envolvente, fascinante. Não tem como não se envolver e não se apaixonar pela história desses dois. Recomendadíssimo!

 Resenha por: Dinária Gomes
(Colaboradora do Blog.)