Resenha: A Vida do Livreiro A.J. Fikry (Gabrielle Zevin)

Livro: A Vida do Livreiro A.J. Fikry
Autor(a): Gabrielle Zevin
Editora: Paralela
Páginas: 192      
Ano: 2014
Classificação: 4,5/5
Sinopse: Uma carta de amor para o mundo dos livros “Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos.

"Às vezes os livros só nos encontram no momento certo." – Página 72.

A.J. Fikry é o dono da única livraria da pequena cidade de Alice Island, a Island Books, cujo slogan é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. A.J. ainda sofre muito pela morte de sua mulher, se tornou um ranzinza e passou a ter uma vida muito solitária. As vendas de sua pequena livraria não andam nada bem, o que não é de se estranhar, já que ele possuiu um gosto literário bem específico e só vende livros que atendem a esse gosto. Tudo em sua vida parece dar errado, principalmente quando um de seus livros mais valiosos é roubado, até que o inesperado acontece: Uma pequena entrega feita em sua livraria muda completamente a sua vida e o rabugento livreiro tem uma nova chance de encontrar a felicidade. 

“As coisas que nos tocam aos vinte não são necessariamente as que nos tocam aos quarenta, e vice-versa. Isso é verdade para livros e para a vida.” – Página 37.

A Vida do Livreiro A.J. Fikry me encantou completamente! A história é simples e às vezes até um pouco previsível, mas é tão gostosa e realística que você acaba devorando cada página. O livro é bem pequeno, e confesso que gostaria que fosse um pouco maior, já que algumas vezes senti que a linha do tempo mudava rápido demais (algumas vezes até esquecia quanto tempo já havia se passado e me embolava), mas é narrada de uma forma tão natural e tranquila que você acaba não se importando com outras coisas além de acompanhar a história do livreiro e dos moradores de Alice Island, que acabaram virando uma grande família.

De início o protagonista aparenta ser o mais chato do mundo, mas conforme a história é desenvolvida passamos a entendê-lo melhor, e acabamos o acolhendo. O livro possuiu alguns personagens secundários que não são tão aprofundados, mas que achei que foram trabalhados na medida certa, o suficiente pra nos cativar e se encaixar na trama. Lambiase, um policial completamente fiel ao estereótipo, foi um personagem divertido e que adorei a forma como ele acabou se apaixonando pelo mundo dos livros. E Maya, que criança esperta, um amor! Foram os que mais me cativaram.

“Lemos para saber que não estamos sós. Lemos porque estamos sós. 
Lemos e não estamos sós. Não estamos sós.” – Página 180.

Narrado em terceira pessoa, e diferente do que possa parecer (eu me enganei nessa parte), a história não tem um grande foco no roubo do livro. É uma atmosfera mais realista, então não esperem grandes mistérios, reviravoltas ou romances avassaladores. Óbvio que no final todas as perguntas são respondidas, inclusive sobre o pacote que é deixado na livraria. Mas o foco é muito sobre a transformação de um homem após a chegada de uma grande surpresa em sua vida, que o faz rever todos os seus objetivos e que nos encanta, ensina e conquista a cada página com o tamanho do seu coração. Outra coisa bem interessante no livro é como os personagens acabam se interligando e viram essa grande família, toda a cidade nota a mudança de A.J e mais uma vez os livros enfeitiçam a pequena cidade de Alice Island.

O livro é cheio de referências literárias e cada capítulo é separado por comentários de A.J sobre algum livro que ele leu. Como uma apaixonada por livros, sempre gosto de livros que mencionem outros livros ou falem sobre livros, como esse. Como a própria sinopse diz: A Vida do Livreiro A.J. Fikry é “uma carta de amor para o mundo dos livros”. É impossível não se sentir tocada com a história, desperta no leitor algumas emoções e fica uma mensagem final muito bonita também, sobre a vida, como ela sempre reserva algumas surpresas e sempre segue em frente. Leitura obrigatória aos amantes de livros!

“Tô te falando. Livrarias atraem o tipo certo de gente. Gente boa, que nem o A.J. e a Amelia. E eu gosto de conversar sobre livros com pessoas que gostam de conversar sobre livros. Gosto de papel. Gosto da textura e gosto de sentir um livro no bolso. Gosto do cheiro de livro novo também.” – Página 184.

* Livro cedido pela Editora Paralela para resenha.

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