Livro: Incendeia-me
Trilogia Estilhaça-me - Livro 3
Autora:
Tahereh Mafi
Editora:
Novo Conceito
Páginas:
384
Ano: 2014
Sinopse: UM DIA EU POSSO ROMPER. UM DIA EU POSSO R O M P E R. E ME LIBERTAR. NADA MAIS VAI SER IGUAL. O destino do Ponto Ômega é desconhecido. Todas as pessoas com quem Juliette se importa podem estar mortas. Talvez a guerra tenha chegado ao fim antes mesmo de ter começado. Juliette foi a única que restou no caminho d'O Restabelecimento. E sabe que, se ela sobreviver, O Restabelecimento não sobreviverá. Entretanto, para destruir O Restabelecimento e o homem que quase a matou, Juliette vai precisar da ajuda de alguém em quem nunca pensou que pudesse confiar: Warner. Enquanto eles lutam juntos para combater o inimigo, Juliette descobre que tudo que ela pensava saber sobre seu poder, sobre Warner e até mesmo Adam era uma mentira.
Incendeia-me é último livro da trilogia
Estilhaça-me, da qual sou fã, então perdoem-me se essa resenha ficar
sentimental demais, coração de fã fica abalado depois de ler o final de uma
trilogia que tanto ama, ainda mais quando ela termina de forma tão incrível!
Incendeia-me
começa pouco tempo depois de Juliette ter levado um tiro no peito do pai de
Warner. Ela acorda na base do Restabelecimento, no Setor 45, onde descobre que
foi salva por Warner com o poder de Sonya e Sara. Após o Ponto Ômega ter sido
destruído, acredita-se que a única sobrevivente da guerra foi Juliette. Todas
as pessoas com quem ela se importava podem estar mortas, e a única pessoa com
quem ela pode contar é Warner, que a está escondendo na base.
Ela
sabe que para sobreviver ela precisa destruir O Restabelecimento e o Supremo,
Anderson, que quase a matou. Para isso, ela precisa da ajuda de Warner, alguém
que ela pensou que nunca poderia confiar. Mas no meio de tanta confusão, dor, e
sede de vingança por seus amigos mortos, uma nova Juliette nasce, ou melhor,
desperta. Pronta para combater os seus inimigos. E é nessa jornada que ela descobre que tudo o
que ela pensava saber sobre seu poder, sobre Warner, Adam e sobre si mesma, pode
ter sido um engano.
“Mais sei como é me esconder do mundo. Sei como é viver como
se eu não existisse, trancada e isolada da sociedade. E não quero isso de novo.
Não posso. Finalmente cheguei a um ponto na minha vida em que não tenho medo de
falar. Em que minha sombra não me assusta mais. E não quero perder essa
liberdade... De novo, não. Não posso andar para trás. Eu prefiro levar um tiro
e ser morta gritando por justiça a morrer sozinha em uma prisão feita por mim
mesma.”
O
primeiro elogio que preciso fazer em relação a Incendeia-me é o quanto a
narrativa do livro está fluida e gostosa. Ele é um livro grossinho, mas que
facilmente consegue ser lido em um dia, o que foi o meu caso. A escrita da Tahereh Mafi, que imprime a identidade
da protagonista na forma de narrar, é completamente envolvente! A transformação
de Juliette desde o primeiro livro fica nítida na forma como o livro é narrado
por ela, e em Incendeia-me conseguimos captar seu amadurecimento, depois de
passar por tantas situações dolorosas, e é surpreendente a força adquirida por
ela.
A
descoberta da verdadeira identidade de Juliette é um grande foco nesse livro. É
quando ela realmente acorda e decide parar de ter pena de si mesma, é quando
ela começa a parar de reprimir o seu poder que ela começa a ver o tamanho dele,
que passa a enxergar nitidamente as coisas e consegue organizar suas ideias e
sentimentos. Ela percebe o quanto ela pode usar ele como arma para coisas
importantes. O livro é bem intenso, e sexy ao mesmo tempo, porque o romance
ganha um bom destaque. Não vou dar spoilers, mas só digo que fiquei boa parte
do livro bem feliz, e suspirando bastante! Claro que me irritei um pouco, quem
já leu os primeiros livros sabe o quanto a Juliette é difícil, e é óbvio que
ela demora um pouco até parar de ter medo de se entregar e ver o que realmente
quer.
“Eu gosto da maneira como me sinto em relação a mim mesma
quando estou com ele – respondo em voz baixa. – Ele* acha que sou forte e
esperta e capaz e ele realmente valoriza minha opinião. Ele faz com que eu me
sinta igual... Como se eu pudesse realizar tantas cosas quanto ele, e mais. E,
se faço alguma coisa incrível, ele nem fica surpreso. Ele espera por isso. Ele
não me trata como se eu fosse uma menininha frágil que precisa ser protegida o
tempo todo.”
* Substituí o nome do personagem para não dar spoiler.
“- Não há nada a temer. Não há nada com que se preocupar. Não
se aflija com nada neste mundo transitório – ele fala suavemente. Eu me inclino
para trás, uma pergunta em meus olhos. – É a única maneira como eu sei existir
- ele fala. - Em um mundo onde há tanto com que se afligir e tão poucas coisas
boas a aproveitar? Eu não me aflijo com nada. Eu aproveito tudo. Eu olho nos
olhos dele pelo que parece uma eternidade. Ele se inclina para a minha orelha.
Baixa a voz. – Quero que você me incendeie, meu amor.”
A
mistura de distopia com o paranormal dá um toque todo especial ao livro. No
segundo livro a gente passa a entender melhor o lado paranormal de alguns
personagens, e nesse a gente vê a evolução deles e seus respectivos poderes e
ainda temos algumas surpresas com o tamanho do poder de alguns, principalmente
o do Warner e da Juliette. Mas não posso deixar de dizer que senti falta de um
pouco mais de foco na parte distópica, apesar de toda a luta para derrubar o
atual governo e seu supremo. E como é de se esperar no último livro de uma
distopia, há uma revolução, e Juliette e seus amigos sabem como fazer uma!
O
conceito de heróis e vilões é completamente quebrado nesse livro. Inimigo passa
a ser aliado, e cada personagem foi sendo mostrado de verdade, sem suas
máscaras e muros. Warner com certeza foi o destaque, quem realmente é o menino
loiro de olhos verdes por trás daquela máscara de frieza, comove o leitor, e quem
não era apaixonada por ele, com certeza foi conquistada. Adam, desde
Fragmenta-me, foi um personagem que me surpreendeu por ser diferente daquilo
que mostrava. Eu me decepcionei com ele, principalmente nesse livro, onde ele
agiu diversas vezes de forma que jamais imaginei que seria capaz. Óbvio que na
hora da dor todo mundo tem o direito de explodir, mas ele agiu e falou coisas
que, pra alguém que acredita amar tanto outra, jamais diria. Eu não consegui
perdoar ele por completo. Kenji, que personagem incrível! O melhor amigo de
Juliette conquista por sua simpatia, força e humor. Com certeza, no meio de
tanto caos, ele foi o responsável por nos tirar algumas risadas durante a
leitura.
“Eu cheguei a um ponto em que
tudo mudou para mim. Tudo o que eu achava que sabia sobre o Warner estava
errado. Tudo em que eu achava que acreditava a respeito de mim mesma estava
errado. E eu sabia que estava mudando – explico a ele. – Eu queria seguir em
frente. Eu queria ficar brava e queria gritar pela primeira vez na minha vida e
não podia. Não queria que as pessoas tivessem medo de mim e, por isso, tentei
me calar e desaparecer, esperando que isso as deixasse mais confortáveis. Mas
odeio o fato de eu ter me deixado ser tão passiva a vida toda, e como como as
coisas poderiam ter sido diferentes se eu tivesse tido fé em mim mesma quando
era importante. Não quero voltar a isso – digo a ele. – Não vou voltar. Nunca.”
O final
teve uma boa dose de ação graças a nossa protagonista badass, e eu adorei a conclusão da história. Principalmente por que
os dramas são resolvidos, como o triangulo amoroso e o fato de Warner e Adam
serem irmãos. Os conceitos de amor, amizade e laços de sangue são bem definidos
e mostram a sua força no final das contas, e provam o que é verdadeiro. A
autora concluiu sua história de forma incrível e emocionante, e só lamento não
ter tido um capítulo extra mostrando um pouco do futuro depois de toda essa
revolução. Fico na esperança de que um dia ela escreva um livro nos contando
mais, afinal, a forma como termina, na verdade é apenas o início de muitas
outras batalhas que Juliette e seus amigos ainda vão enfrentar. Mas fazer o que
né, vai ficar pra minha imaginação... afinal, fã é assim mesmo, sempre querendo
mais e mais de uma história que tanto ama!
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